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domingo, 3 de junho de 2012

Oscar Wilde

Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde, nasceu em 16 de outubro de 1854 em Dublim, Irlanda. Filho de Sir William Robert Wills Wilde e Jane Francesca Elgee. Foi aos vinte anos educar-se em Oxford, tendo aí assumido a liderança de um movimento estético que, sob a influência de Matthew Arnold, de Ruskin e de Pater, combatia os "filisteus" da cultura e defendia um hedonismo extremado. Wilde inicialmente refletiu em seus hábitos e em seus escritos a atitude de um esteta pouser, de comportamento extravagante. No entanto, seu talento superou essa fase superficial, florescendo plenamente em suas obras-primas finais. Dedicando-se a diversos gêneros literários, Wilde deixou em todos eles pequenas jóias, como O Fantasma de Canterville, O Príncipe Feliz e Outras Histórias (1888), O Crime de Lord Arthur Saville e Outras Histórias (1891) e O Retrato de Dorian Gray (1891). É, porém, no setor teatral que ele melhor se expressa, renovando a dramaturgia vitoriana com sua verve e seus paradoxos, cintilantes de percepção intelectual e de concisão verbal. Um pouco à maneira das comédias do período da restauração, suas peças principais - O Leque de Lady Windermere, Mulher sem Importância, Um Marido Ideal - retratam com brilho a superficialidade e sentimentalismo nas relações convencionais da "boa sociedade". De todas, A Importância de Ser Franco é, sem dúvida, a mais perfeita comédia britânica de seu tempo. Em 1884 casa-se com Constance Loyde. Trabalha febrilmente como crítico literário em vários diários e revistas, o que o ajuda a manter seus gostos e passatempos, excessivamente caros. Seu primeiro filho, Cyril, nasce em 1885 e morre em maio de 1915, na França, por ocasião da guerra. Época de grandes dificuldades econômicas para Wilde. Vyvyan, seu segundo filho nasce em 1886. Em 1891 é publicado o ensaio A Alma do Homem sob o Socialismo. Neste mesmo ano, Wilde conhece Lorde Alfred Douglas, cuja beleza, juventude e aristocracia logo o atraem. Em 28 de fevereiro de 1895, no Albermarle Club, Wilde recebe o ofensivo cartão do Marquês de Queensberry, pai de Alfred, ali deixado dez dias antes ("a Oscar Wilde, conhecido sodomista" dizia o cartão). Incitado pelo próprio Lord Douglas, e contra o conselho de numerosos amigos, apresenta queixa ao Tribunal, por injúria e calúnia contra o Marquês de Queensberry. O Marquês é detido e levado ao Tribunal e seu julgamento tem início a 3 de abril. Após várias tentativas nas quais transparece a influência exercida pela posição social privilegiada do réu, o advogado de Wilde retira a acusação; o aristocrata é absolvido quase por unanimidade. Nesse mesmo dia, 5 de abril, Wilde é detido para responder por crimes de natureza sexual com base nas provas reveladas no julgamento do Marquês. No dia 25 de maio de 1895, Wilde foi condenado a dois anos de trabalho forçados. Seu nome desapareceu do conhecimento dos homens; suas obras não podiam sequer ser mencionadas em sociedade. Nada ficou de seus dias de glória, luxo e elegância. Dos dias de cárcere eclodirão A Balada do Cárcere de Reading e sobretudo o De Profundis (1905), um dos mais patéticos depoimentos pessoais existente na literatura inglesa. Em 1900, após uma viagem a Itália, com temporada em Roma e na Sicília, Wilde regressa a seu quarto de hotel em Paris, já muito adoentado. Operado pelo médico Tucker, seu compatriota, não consegue recuperar-se. Em 30 de novembro entra em agonia. A chamado de seu amigo Robert Ross, o padre Cuthbert Dunn ministra-lhe o batismo e a extrema-unção. Wilde morre, às 9h50min, vítima de menigite.

Paul Verlaine

Poeta francês, nascido em 1844, de vida considerada atribulada e escandalosa, cuja poesia reflete a contradição entre uma conduta deplorável e um ideal quase primitivo de pureza e misticismo. Verlaine nasceu em Metz e fez seus estudos secundários em Paris, entrando depois, como funcionário, para a Prefeitura. Já nessa época, frequentava a boêmia dos cafés parisienses, sendo um funcionário relapso e pouco assíduo. É então que descobre a poesia. Poèmes Saturniens ("Poemas Saturninos, 1866) é sua primeira coletânea publicada. Verlaine professa de início a impassibilidade parnasiana, mas já seu instinto poético o conduz a dar maior agilidade ao alexandrino, a utilizar os ritmos ímpares a sugerir vagos estados por estrofes vaporosas. Poucas obras na história da poesia francesa são mais sinceras e comoventes. Inquieto e instável, o poeta conquista por algum tempo o equilíbrio e paz, quando se casa em 1870 com Mathilde Meauté. Porém sucedem-se logo os mal entendidos conjugais e Verlaine retoma seus antigos hábitos boêmios. Liga-se então ao jovem poeta Rimbaud e em sua companhia perambula pela Inglaterra e a Bélgica. Em julho de 1873, em Bruxelas, sob a influência da bebida, atira duas vezes no amigo, e é preso. Durante os dois anos de prisão em Mons vem a saber que a esposa pedira divórcio. Profundamente abalado, Verlaine se converte a fé católica. Testemunhas dessa fase de crise e conversão, são seus dois livros Romances sem palavras de 1874 e Sabedoria de 1881. Também é flagrante a influência do gênio de Rimbaud nos temas e nos ritmos. Foi admirado pelos simbolistas que o endeusaram, embora o próprio poeta se quisesse manter independente de qualquer corrente literária. No final de sua vida, o poeta se esgota e o homem se degrada. Apesar da celebridade e do respeito da novas gerações que o consagram como o "Príncipe dos Poetas", ele vive miseravelmente perambulando de hospital em hospital e de café em café até sua morte em 1896.

Frederico Garcia Lorca

Este poeta andaluz é talvez o escritor espanhol internacionalmente mais conhecido deste século. Nascido em Fontevaqueros em 1899, fez os seus estudos em Granada e viveu esse momento dramático da história europeia que foi a Guerra Civil Espanhola. Durante a Guerra foi denunciado republicano e anticlerical. Em 19 de agosto de 1936 foi preso e sumariamente fuzilado pelos falangistas. Em 1929 e 1934, Lorca viajou até Nova Iorque: foi destas viagens que nasceu "Poeta em Nova Iorque". Nesta obra o poeta deixa de cantar a dor da Andaluzia presente em "Romancero Gitano" para cantar a dor da Humanidade. Isto aproxima Lorca da crise finissecular da mimése e de uma poética da representação marcada pelo binómio Revolução Industrial/Positivismo. "Poeta em Nova Iorque", formalmente equiparado à poesia francesa surrealista, marca uma mudança de estilo na poesia de Lorca. O poeta abandona o verso curto para passar a utilizar estrofes de versos longos e sem regra métrica - a sua voz torna-se assim grandiosa e apocalíptica. O poeta vê na gigantesca urbe nova-iorquina, reflexo do progresso e da civilização, rios de sangue, belezas terríveis e inexplicáveis. O canto patético de Lorca dirige-se assim ao pobre, ao perseguido, ao negro, ao animal sacrificado que é o Homem vítima da técnica e da especialização.

Arthur Rimbaud

"Não vos posso dar uma morada, porque ignoro onde estarei pessoalmente nos próximos tempos, porque caminhos andarei, e por onde, e por quê, e como!" (Rimbaud aos seus, Aden, 5 de Maio de 1884) Jean Nicholas Arthur Rimbaud, poeta francês nasceu em Charleville, nas Ardennes, em 20 de outubro de 1854. Aluno brilhante, que se distinguia na composição de versos latinos, foi encorajado nas suas primeiras experiências poéticas pelo seu professor de retórica. A sua personalidade rebelde não o deixaria suportar bem as condicionantes da vida familiar e provinciana: depois de várias fugas, este menino – prodígio, reconhecido pelo seu "Bateau ivre", "desembarca" em 1871 em Paris a convite de Verlaine. Esta ligação tumultuosa entre os dois poetas acabaria em drama: ferido pelo seu amante, que Rimbaud queria abandonar, ele experimenta a dor de um sonho perdido do qual "Une saison en enfer" (1873) é um sofrido testemunho. Rimbaud tornar-se-ia um vagabundo solitário, escrevendo diversos poemas em prosa ("Illuminations, 1874-1876), e acabando por partir em 1880 para Aden. Rimbaud descreveria Aden na carta enviada para sua irmã Isabelle, quando ela demonstrou sua intenção de vistá-lo: "Nem pense nisso: vocês nem podem imaginar que lugar é esse. Não existe nem uma árvore, nem mesmo seca, nenhum ramo de planta, nenhuma água doce. Bebemos apenas água destilada do mar. Aden é uma cratera de vulcão, cercada por muralhas que impedem a circulação do ar. Ardemos no fundo deste buraco como num forno de cal!" Durante dez anos, o poeta erra pelo deserto, da Etiópia ao Egipto, tendo cessado completamente de escrever e abandonando-se a todo o tipo de comércios. Repatriado para França para tratar o tumor no joelho de que padecia, amputar-lhe-iam uma perna em Marselha, onde morreria pouco depois, em 10 de novembro de 1891. .......................................................................................................... Um mau-aspecto "absolutamente moderno", o de Arthur. Casaco e calças de ganga coçada, um saco descuidadamente pendurado ao ombro, a pose um pouco para o desleixado, com a marca de uma fadiga que impôs a estrada e da eterna insolência da juventude. O Rimbaud das serigrafias de Ernest Pignon-Ernest coladas nas paredes das cidades, ou esse Rimbaud, meio-mendigo, meio-beatnik, cujo rosto é o do retrato de Carjat. O Rimbaud com esse ar ausente dos solitários e dos místicos, o Rimbaud inesquecível porque parte da nossa forma de olhar o mundo. Ícone enganador, talvez, mas seguramente "ilusão que nos fala sempre da verdade" (Cocteau). O poeta mais fulgurante dos tempos modernos, aquele cuja obra, para sempre jovem, decidiu tantas vocações, não foi um homem de letras e passou pela poesia como por outras experiências só para cumprir um secreto desejo que nunca explicou. "Notável passante", tal como lhe chamou Mallarmé, Rimbaud abriu o caminho à poesia nos actos, à vida concebida como uma obra de arte. Não à maneira do dandy, mas como engajamento pessoal na dura realidade, procura da vertigem, exploração de um alhures que não se pode encontrar e que por isso mesmo se torna magnético, eterno, subversivo. Tzara, saudou uma vez essa forma de fazer sair a poesia do livro – arte, conforme ao projecto dadaísta, de uma deslocação dos valores e dos sistemas culturais – e que Artaud resumiu desta maneira: "Rimbaud liberta a poesia do texto, da escrita, e devolve-nos uma ideia mágica da vida." A partir de Rimbaud, essa "ideia" passa a unir-se à errância, à viagem através do mundo que induz uma nova tipologia do viajante, e que, segundo as épocas, definiu novos espaços de trajecto e imaginação, de uma África idealizada à Califórnia, do México aos caminhos de Katmandu. Todos os andarilhos do mundo seguem as pisadas de Rimbaud. Rambling boys americanos tais como Woody Guthrie ou Bob Dylan, escritores-viajeiros como Segalen, Cendrars, Eberhardt, hippies a caminho de Frisco ou de Ladakh, sem falar, claro, dessa beat generation que reivindicava, claramente, o lado ambulatório da herança rimbaudiana. Para além, evidentemente, da da multidão anónima de globetrotters e viajantes à boleia que tem vindo a redesenhar o mapa da viagem moderna. Na mochila do baba-cool perfeito, entre a harmónica e a erva, encontram-se as Illuminations. Rimbaud, é a reabilitação do caminheiro, a invenção do vagabundo celeste, o primeiro dos desertores porque é aquele que está sempre de partida. Uma tal viagem procede porém de uma busca que resulta mais de uma moral do que de uma estética (diferente por isso da viagem aristocrático-romântica em vagões-cama e transatlânticos). Porém, a viagem rimbaudiana (fugas, explorações, tráfegos) é sobretudo portadora de uma contestação radical dos valores estabelecidos: pulveriza o sedentarismo ocidental, o enraizamento na terra, a família, o trabalho, a pátria. Partir é em primeiro lugar recusar. Esta maneira aventureira e individualista de apreender o mundo assemelha-se a uma maldição, na linha da velha crença que associa os errantes aos pecadores. A vida de Arthur Rimbaud aparece desde logo como uma punição divina, um estágio no inferno. Ela precisa a figura do poeta maldito, essa invenção do século XIX que fez sair a literatura do seu estatuto de prática elegante. Com Rimbaud afirma-se uma espécie de nobreza do negativo, identificando o génio, na sua autenticidade, com a marginalidade, a decadência e o mal: porta sublime para a beleza, o amor, uma verdade superior mas também Redenção. Este lado maldito, que faz "da infâmia uma glória, da crueldade um encanto", lança um novo sistema de valores, fundado na subversão (cultural, social, política), numa vivência boémia que é a antítese da "boa sociedade". A coisa não é nova, mas Rimbaud acelera a desregulamentação. Conhece-se a receita: álcool, drogas, sexo sem freios, proximidade do perigo, tudo pontos cardeais do herói moderno. Marx pretendeu mudar o mundo. Rimbaud preferiu "mudar a vida". Uma parte da história do Maio de 68 é incompreensível sem considerar esta oposição. O militante contra o libertário, o estratega contra o sonhador. Os filhos de Rimbaud no Quartier Latin eram, pois, "Marx tendência Groucho" ("La vie est Ia farce à mener par tous"). E o rock and roll também. Pela energia que invoca, pela sua rapidez e espírito rebelde, o rock é eminentemente rimbaudiano: juventude, beleza, errância, revolta, menosprezo do perigo, comportamentos suicidários. Viver depressa e morrer jovem. Nico, Otis Redding, Brian Jones, Jimi Hendrix, Jim Morrison, Janis Joplin, John Lennon, Sid Vicious, Janis Joplin, Keith Moon, Kurt Cobain, Buddy Holly, Syd Barrett, Jeff Buckley, mas também James Dean, Pasolini, Che Guevara, Fassbinder, todos filhos de Rimbaud. Todos cultivaram a imagem das "duas únicas coisas que não podem ser ridículas: um selvagem e uma criança" (Gauguin). Rimbaud será então isso: a ideia de uma pureza fundada na insolência da juventude e da revolta do primitivo. O seu aspecto desalinhado inventa muito antes do nosso tempo o culto actual do adolescente: rebelde, "mau rapaz", eternamente instável.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Oswald de Andrade

Poeta, romancista e dramaturgo paulista (11/1/1890-22/10/1954). José Oswald de Sousa Andrade nasce em São Paulo, em uma família rica. Estuda na Faculdade de Direito do Largo São Francisco e, em 1912, viaja para a Europa. Em Paris, entra em contato com o futurismo e com a boemia estudantil. De volta a São Paulo faz jornalismo literário. Em 1917, defende a pintora Anita Malfatti de uma crítica devastadora de Monteiro Lobato. Ao lado dela, do escritor Mário de Andrade e de outros intelectuais, organiza a Semana de Arte Moderna de 1922. Com Pau-Brasil (1925), junta o nacionalismo às idéias estéticas da Semana de 1922. Em 1926, casa-se com a pintora Tarsila do Amaral. Dois anos depois, radicalizando o movimento nativista, o seu Manifesto Antropofágico propõe que o Brasil devore a cultura estrangeira e crie uma cultura revolucionária própria. Nessa época, rompe com Mário de Andrade, separa-se de Tarsila do Amaral e casa-se com a escritora e militante política Patrícia Galvão, Pagu. De 1931 a 1945, milita no Partido Comunista Brasileiro (PCB) e, em 1933, lança o romance Serafim Ponte Grande. São dele ainda o livro Memórias Sentimentais de João Miramar (1924) e as peças O Homem e o Cavalo (1934) e O Rei da Vela (1937). Morre em São Paulo.

José Oswald de Sousa Andrade nasceu em São Paulo em 1890. Presenciar a virada do século, aos 10 anos, foi marcante, como relembra o poeta já adulto: "Havíamos dobrado a esquina de um século. Entrávamos em 1900..." . São Paulo despertava para a industrialização e a tecnologia. Abria-se um novo mundo urbano, que Oswald logo assimilaria fascinado: o bonde elétrico, o rádio, o cinema, a propaganda com sua linguagem-síntese...

Frida Kahlo

Frida Nasceu em 1907 no México, mas gostava de declarar-se filha da revolução ao dizer que havia nascido em 1910. Sua vida sempre foi marcada por grandes tragédias; aos seis anos contraiu poliomelite, o que à deixou coxa. Já havia superado essa deficiência quando o ônibus em que passeava chocou-se contra um bonde. Ela sofreu multiplas fraturas e uma barra de ferro atravessou-a entrando pela bacia e saindo pela vagina. Por causa deste último fez várias cirurgias e ficou muito tempo presa em uma cama.

Começou a pintar durante a convalescença, quando a mãe pendurou um espelho em cima de sua cama. Frida sempre pintou a si mesma: "Eu pinto-me porque estou muitas vezes sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor". Suas angustias, suas vivências, seus medos e principalmente seu amor pelo marido Diego Rivera.

A sua vida com o marido sempre foi bastante tumultuada. Diego tinha muitas amantes e Frida não ficava atrás, compensava as traições do marido com amantes de ambos os sexos. A maior dor
de Frida foi a impossibilidade de ter filhos (embora tenha engravidado mais de uma vez, as seqüelas do acidente a impossibilitaram de levar uma gestação até o final), o que ficou claro em muitos dos seus quadros.

Os seus quadros refletiam o momento pelo qual passava e, embora fossem bastante "fortes", não eram surrealistas: "Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei minha própria realidade". Frida contraiu uma pneumonia e morreu em 1954 de embolia pulmonar, mas no seu diário a última frase causa dúvidas: "Espero alegremente a saída - e espero nunca mais voltar - Frida". Talvez Frida não suportasse mais.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Honoré de Balzac

Honoré de Balzac foi um célebre escritor francês. Nasceu na cidade de Tours em 20 de maio de 1799 e morreu em 18 de agosto de 1850. Foi um dos mais importantes escritores do romantismo francês, embora tenha se formado advogado.

Uma de suas principais obras foi A Comédia Humana, série de romances notáveis e contos em que Balzac demonstra as principais características de seu estilo literário: sentimentos, realidade social, descrições minuciosas, cotidiano da vida burguesa, imaginação e valorização das paixões humanas.

Passava aproximadamente 15 horas por dia escrevendo movido a muitas xícaras de café. Casou-se, no ano de sua morte, com uma polonesa, Eveline Hanska, com quem manteve contato por carta por, aproximadamente, 15 anos.

Morreu em 1850 e seu corpo foi sepultado no cemitério de Père Lachaise, na cidade de Paris. Sua obras são reconhecidas e lidas até os dias de hoje.

Outras obras de Balzac:

- Eugênia Grandet (1833)
- O Pai Goriot (1835)
- Lírio no vale (1835)
- A procura do absoluto
- Ilusões perdidas (1837)

José de Alencar

Biografia, estilo e obras

O escritor brasileiro José de Alencar nasceu no Ceará, região nordeste do Brasil, no ano de 1829. Antes de iniciar sua vida literária, atuou como advogado, jornalista, deputado e ministro da justiça. Aos 26 anos publicou sua primeira obra: “Cinco Minutos”.

Podemos considerar Alencar como o precursor do romantismo no Brasil dentro das quatro características: indianista, psicológico, regional e histórico.

Este autor brasileiro utilizou como tema o índio e o sertão do Brasil e, ao contrário de outros romancistas de sua época que escreviam com se vivessem em Portugal, Alencar valorizava a língua falada no Brasil.

Escritor de obras com estilos variados, este escritor cearense criou romances que abordam o cotidiano. Deste estilo literário, também conhecido como romance de costumes, destacam-se os livros: Diva, Lucíola e A Viuvinha. Foram também de sua autoria os romances regionalistas: O Sertanejo, O Tronco do Ipê, O Gaúcho e Til. Dos romances históricos fazem parte: As Minas de Prata e A Guerra dos Mascates.

No romance indianista de José de Alencar, o índio é visto em três etapas diferentes: antes de ter contato com o branco, em Ubirajara; um branco convivendo no meio indígena, em Iracema e o índio no cotidiano do homem branco, em O Guarani.

É dentro do estilo indianista do escritor José de Alencar que está sua obra mais importante: Iracema. Outra obra também considerada de grande valor literário é O Guarani, pois aborda os aspectos da formação nacional brasileira.

Apesar de ser mais conhecido por suas obras literárias, o escritor brasileiro José de Alencar fez também algumas peças de teatro: Nas Asas de um Anjo, Mãe, O Demônio Familiar.

Faleceu aos 48 anos de idade, em 1877, deixando inúmeras obras que fazem sucesso até os dias atuais.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Rachel de Queiróz

Rachel de Queiróz (1910-2003) foi uma professora, jornalista, romancista, cronista e teatróloga.

Nasceu, em Fortaleza, Capital do Ceará, em 17 de novembro de 1910 e faleceu no Rio de Janeiro em 4 de novembro de 2003.

Filha de Daniel de Queiroz e de Clotilde Franklin de Queiroz, descende, pelo lado materno, da estirpe dos Alencar, parente portanto do autor ilustre de "O Guarani" e "Iracema", José de Alencar, e, pelo lado paterno, dos Queiroz, família de raízes profundamente lançadas no Quixadá e Beberibe.

Foi a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras. Eleita para a Cadeira de no 5, em 4 de agosto de 1977, na sucessão de Cândido Mota Filho, foi recebida em 4 de novembro de 1977 pelo acadêmico Adonias Filho. Integra o quadro de Sócios Efetivos da Academia Cearense de Letras (ACL), é Sócia Honorária da Academia Sobralense de Estudos e Letras e da Academia de Municipalista de Letras do Estado do Ceará (ALMECE) e Cadeira 15 da Academia Camocinense de Letras - Camocim-Ceará.

Em 1917, Foi para o Rio de Janeiro, em companhia dos pais que procuravam, nessa migração, fugir dos horrores da terrível seca de 1915, que mais tarde a romancista iria aproveitar como tema de O quinze, seu livro de estréia. No Rio, a família Queiroz pouco se demorou, viajando logo a seguir para Belém do Pará, onde residiu por dois anos. Regressando a Fortaleza, Rachel de Queiroz matriculou-se no Colégio da Imaculada Conceição, onde fez o curso normal, diplomando-se em 1925, aos 15 anos de idade, segundo ela mesma, seu único estudo regular. Estreou no jornalismo em 1927, com o pseudônimo de Rita de Queluz, publicando uma carta ironizando o concurso "Rainha dos Estudantes", promovido por aquela publicação, no jornal "O Ceará", de que se tornou afinal redatora efetiva. Ali publicou poemas à maneira modernista, cujos ecos do sul, da Semana de Arte Moderna de 1922, chegavam a Fortaleza.

Três anos depois, ironicamente, quando exercia as funções de professora substituta de História no colégio onde havia se formado, Rachel foi eleita a "Rainha dos Estudantes". Com a presença do Governador do Estado, a festa da coroação tinha andamento quando chega a notícia do assassinato de João Pessoa. Joga a coroa no chão e deixa às pressas o local, com uma única explicação "Sou repórter". Em fins de 1930, publicou o romance "O Quinze", que teve inesperada e funda repercussão no Rio e em São Paulo, antes, publicou o folhetim "História de um nome" - sobre as várias encarnações de uma tal Rachel - e organizou a página de literatura do jornal "O Ceará". Com vinte anos apenas, projetava-se na vida literária do país, através do "O Quinze", agitando a bandeira do romance de fundo social, profundamente realista na sua dramática exposição da luta secular de um povo contra a miséria e a seca. O livro, editado às expensas da autora, apareceu em modesta edição de mil exemplares, recebendo crítica de Augusto Frederico Schmidt, Graça Aranha, Agripino Grieco e Gastão Cruls.

A consagração veio com o Prêmio da Fundação Graça Aranha, que lhe foi concedido em 1931, ano de sua primeira distribuição oficial. Em 1932, publicou um novo romance, intitulado João Miguel; em 1937, retornou com Caminho de pedras. Dois anos depois, conquistou o prêmio da Sociedade Felipe d' Oliveira, com o romance As três Marias. No Rio, onde reside desde 1939, colaborou no Diário de Notícias, em O Cruzeiro e em O Jornal. Cronista emérita, publicou mais de duas mil crônicas, cuja seleta propiciou a edição dos seguintes livros: A donzela e a moura torta; 100 Crônicas escolhidas; O brasileiro perplexo e O caçador de tatu. Em 1950, publicou em folhetins, na revista O Cruzeiro, o romance O galo de ouro. Tem duas peças de teatro, Lampião, escrita em 1953, e A Beata Maria do Egito, de 1958, laureada com o prêmio de teatro do Instituto Nacional do Livro, além de O Padrezinho Santo, peça que escreveu para a televisão, ainda inédita em livro. No campo da literatura infantil, escreveu o livro O menino mágico, a pedido de Lúcia Benedetti. O livro surgiu, entretanto, das histórias que inventava para os netos.

Dentre as suas atividades, destaca-se também a de tradutora, com cerca de quarenta volumes já vertidos para o português. O presidente da República, Jânio Quadros, a convida para ocupar o cargo de ministra da Educação, que é recusado. Na época, justificando sua decisão, teria dito: "Sou apenas jornalista e gostaria de continuar sendo apenas jornalista." Foi membro do Conselho Federal de Cultura, desde a sua fundação, em 1967, até sua extinção, em 1989. É membro do Conselho Estadual de Cultura do Ceará. Participou da 21a Sessão da Assembléia Geral da ONU, em 1966, onde serviu como delegada do Brasil, trabalhando especialmente na Comissão dos Direitos do Homem.

Em 1985, foi inaugurada em Ramat-Gau, Tel Aviv (Israel), a creche "Casa de Rachel de Queiroz", sendo Rachel de Queiroz, o único escritor brasileiro a contar com essa honraria naquele País. Colabora semanalmente no Jornal O Povo, de Fortaleza e desde 1988, iniciou colaboração semanal no jornal O Estado de S. Paulo e no Diário de Pernambuco.

Prêmios outorgados (os principais): 1. Prêmio Fundação Graça Aranha para O quinze, 1930; 2. Prêmio Sociedade Felipe d' Oliveira para As Três Marias, 1939; 3. Prêmio Saci, de O Estado de São Paulo, para Lampião, 1954; 4. Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de obra, 1957; 5. Prêmio Teatro, do Instituto Nacional do Livro, e Prêmio Roberto Gomes, da Secretaria de Educação do Rio de Janeiro, para A beata Maria do Egito, 1959; 6. Prêmio Jabuti de Literatura Infantil, da Câmara Brasileira do Livro (São Paulo), para O menino mágico, 1969; 7. Prêmio Nacional de Literatura de Brasília para conjunto de obra em 1980; 8. Título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Ceará, em 1981; 9. Medalha Marechal Mascarenhas de Morais, em solenidade realizada no Clube Militar, em 1983; 9. Medalha Rio Branco, do Itamarati, 1985; Medalha do Mérito Militar no grau de Grande Comendador, 1986; 10. Medalha da Inconfidência do Governo de Minas Gerais, 1989; 11. Prêmio Camões, o maior da Língua Portuguesa, 1993, sendo a primeira mulher a recebê-lo; 12. Título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual do Ceará - UECE, 1993; 13. Título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Vale do Acaraú, de Sobral, em 1995; 14. Prêmio Moinho Santista de Literatura, 1996, dentre outros inúmeros prêmios e títulos. 15. Título Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, 2000. 16. Medalha Boticário Ferreira, da Câmara Municipal de Fortaleza, 2001. 17. Troféu Cidade de Camocim em 20/07/2001 - Academia Camocinense de Letras e Prefeitura Municipal de Camocim.

Obras Principais: 1. O Quinze, romance (1930); 2. João Miguel, romance (1932); 3. Caminho de pedras, romance (1937); 4. As três Marias, romance (1939); 5. A donzela e a moura torta, crônicas (1948); 6. O galo de ouro, romance (folhetins na revista O Cruzeiro, 1950); 7. Lampião, teatro (1953); 8. A beata Maria do Egito, teatro (1958); 9. 100 Crônicas escolhidas (1958); 10. O brasileiro perplexo, crônicas (1964); 11. O caçador de tatu, crônicas (1967); 12. O menino mágico, infanto-juvenil (1969); 13. As menininhas e outras crônicas (1976); 14. O jogador de sinuca e mais historinhas (1980); 15. Cafute e Pena-de-Prata, infanto-juvenil (1986); 16. Memorial de Maria Moura, romance (1992); 17. Nosso Ceará (1997); 18. Tantos Anos (1998). Os dois últimos em parceria com sua irmã Maria Luiza de Queiroz Salek; 19. O Não Me Deixes - Sua História e sua cozinha. Obras reunidas de ficção: 1. Três romances (1948); 2. Quatro romances (1960). 1. Seleta, seleção de Paulo Rónai; notas e estudos de Renato Cordeiro Gomes (1973).

Sua obra foi objeto de inúmeros estudos e teses. Morando no Rio de Janeiro, mantém apartamento em Fortaleza e a Fazenda Não Me Deixes, em Quixadá, sua grande paixão. Seu apartamento no Rio foi equipado com móveis levados do Ceará. Nota: Os dados de Rachel de Queiroz foram obtidos em livros de e sobre a autora, sites da Internet, jornais e revistas de circulação nacional. José Luis Lira Academia Municipalista de Letras do Ceará, Academia Fortalezense de Letras e Academia Camocinense de Letras.

Última atualização do biografia de Rachel de Queiróz: 26/10/2011.

Tarsila do Amaral

Tarsila do Amaral (1886 - 1973) foi uma pintora brasileira. Tarsila foi uma das inspiradoras da Semana de Arte Moderna de 1922. Seu quadro intitulado Abaporu, inspirou o movimento Antropofágico.

Nasceu em 1º de setembro de 1886 na Fazenda São Bernardo, município de Capivari, interior do Estado de São Paulo. Filha de José Estanislau do Amaral e Lydia Dias de Aguiar do Amaral. Era neta de José Estanislau do Amaral, cognominado “o milionário” em razão da imensa fortuna que acumulou abrindo fazendas no interior de São Paulo. Seu pai herdou apreciável fortuna e diversas fazendas nas quais Tarsila passou a infância e adolescência. Estuda em São Paulo no Colégio Sion e completa seus estudos em Barcelona, na Espanha, onde pinta seu primeiro quadro, “Sagrado Coração de Jesus”, aos 16 anos.

Casa-se em 1906 com André Teixeira Pinto com quem teve sua única filha, Dulce. Separa-se dele e começa a estudar escultura em 1916 com Zadig e Mantovani em São Paulo. Posteriormente estuda desenho e pintura com Pedro Alexandrino. Em 1920 embarca para a Europa objetivando ingressar na Académie Julian em Paris. Frequenta também o ateliê de Émile Renard. Em 1922 tem uma tela sua admitida no Salão Oficial dos Artistas Franceses. Nesse mesmo ano regressa ao Brasil e se integra com os intelectuais do grupo modernista. Faz parte do “grupo dos cinco” juntamente com Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti del Picchia.

Nessa época começa seu namoro com o escritor Oswald de Andrade. Embora não tenha sido participante da “Semana de 22” integra-se ao Modernismo que surgia no Brasil, visto que na Europa estava fazendo estudos acadêmicos. Volta à Europa em 1923 e tem contato com os modernistas que lá se encontravam: intelectuais, pintores, músicos e poetas. Estuda com Albert Gleizes e Fernand Léger, grandes mestres cubistas. Mantém estreita amizade com Blaise Cendrars, poeta franco-suiço que visita o Brasil em 1924. Inicia sua pintura “pau-brasil” dotada de cores e temas acentuadamente brasileiros.

Em 1926 expõe em Paris, obtendo grande sucesso. Casa-se no mesmo com Oswald de Andrade. Em 1928 pinta o “Abaporu” para dar de presente de aniversário a Oswald que se empolga com a tela e cria o Movimento Antropofágico. É deste período a fase antropofágica da sua pintura. Em 1929 expõe individualmente pela primeira vez no Brasil.

Separa-se de Oswald em 1930. Em 1933 pinta o quadro “Operários” e dá início à pintura social no Brasil. No ano seguinte participa do I Salão Paulista de Belas Artes. Passa a viver com o escritor Luís Martins por quase vinte anos, de meados dos anos 30 a meados dos anos 50. De 1936 à 1952, trabalha como colunista nos Diários Associados. Nos anos 50 volta ao tema “pau brasil”. Participa em 1951 da I Bienal de São Paulo. Em 1963 tem sala especial na VII Bienal de São Paulo e no ano seguinte participação especial na XXXII Bienal de Veneza.

Faleceu em São Paulo no dia 17 de janeiro de 1973.

Outras informações biográficas sobre Tarsila do Amaral:
Data do Nascimento: 01/09/1886.
Data da Morte: 17/01/1973